MARIA

Monday, February 06, 2006

Sobre os teus pobres conselhos
e os teus olhos vermelhos
nada tenho a declarar.
Sou mulher de certa idade
e pra mim não é novidade
ver homem me abandonar.

Eu perdi minha juventude
trago fraca a saúde
perdi o pouco que me deram.
Peço que desapareças
passe o ponto, te aborreças
como tantos já fizeram.

Eu não posso ser culpada
só por ser tão desprezada;
do amor, triste farrapo.
Se o povo não sabe nada
e de mim só faz piada,
me tratando como a um trapo.

Não preciso que me lembres
dos tempos não tão recentes
onde tudo era frieza.
Ao meu lado homem parado
coração, feito exilado
longe de qualquer certeza.

Siga logo seu caminho
e abandona o teu ninho
deixa quem te protegeu.
E estando bem distante
não se esqueça, Inconstante,
que minha alma já morreu.

Fico esperando novo tento
que me chega, sempre lento
e que nunca me traz nada.
E na tua ausência ferida
eu me vejo reerguida,
de carinho calejada.

1 comments:

Anonymous said...

E ai Belo! Aqui é o Mex....
Muito bom esse poema. Foi o primeiro que li aqui no blog. Por que vc nao usa esse seu talento pra redacao publitaria?? Bom, se vc ja tem alguns anuncios fantasmas e tal, por favor me mostre pois se a qualidade deles for a msm do poema, com certeza sao ótimos. É isso ai, parabens.

 
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