IMPRODUTIVO

Wednesday, June 14, 2006

Olho o papel na minha frente
Deitadinho, a cochilar
Coitado! Cansou de esperar
Por meu verso inexistente.

E a caneta, constrangida
Fica imóvel entre os dedos
Sente falta dos enredos
Que traçava, envaidecida.

Me perdoem, companheiros!
Mas parece que a imaginação
Se perdeu nos nevoeiros

Ou então foi o coração
Que, na falta de um amor verdadeiro,

Fugiu com a minha inspiração.

1 comments:

Luciana Bollina said...

"Minha alma tem o peso da luz. Tem o peso da música. Tem o peso da palavra nunca dita, prestes quem sabe a ser dita. Tem o peso de uma lembrança. Tem o peso de uma saudade. Tem o peso de um olhar. Pesa como pesa uma ausência. E a lágrima que não se chorou. Tem o imaterial peso da solidão no meio de outros." Clarice Linspector.

 
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