SAMBA DO AZARADO

Friday, January 13, 2006

Perceba só
que não podes fazer nada por mim:
nasci quebrado, quase preparado
pra dar errado no fim.

Um trovador
onde a palavra tá de cama:
não salva a vida, não bota comida
e não traz quem você ama.

Me escuta princesa, faz a gentileza de não olhar direto pra mim.
Olha o meu estado, tô envergonhado, é triste que tudo tenha que ser assim.
Homem que não suporta vento duro
cai do alto meio de maduro
e estraga no capim.

Seria melhor
se eu não tivesse vindo à tona;
um molambo rasgado, tecido atrasado
dispensado pela antiga dona.

Pra onde vou
pouco importa no momento.
Pego meu violão, um pandeiro, um coração
e pego o rumo do vento.

É da minha natureza, viver na tristeza e perder do que já tenho pouco.
Não me sinto roubado, mas sim destinado a viver da vontade de um Louco.
Sei, não te comovi quase nada
mas se sinta convidada

a chorar do meu sufoco.

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