PARA A DONA DO MEDO

Friday, January 06, 2006

Some,
que eu não quero ter você
turvando o pensamento.
Gritando, articulando, adiando.
Fingindo o coração,
quebrando o sentimento.

Tome,
leve o que não é mais seu
de tanto ignorar.
Mastigando, caçoando, leiloando.
Adquirindo a coloração
de um peito que não pôde voar.

Come,
digere aquilo que perdi
tentando tornar seu.
Misturando, complicando, tropeçando.
Mostrando a perversão
de quem ama o que já morreu.

Monta o cenário da ilusão
e sobre o teu amplo palco torto, cria
o refrão belo, cheio de um falso olhar.

Canta a tua ode ao medo
e no conforto de tua covardia, chora
por ter o aplauso, mesmo sem saber amar.

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