PARABÉNS PARA MIM

Sunday, April 16, 2006

Amanhã vou acordar pesado. Muitos pensamentos pra carregar. Vou reviver passos que me fugiram apressados, na direção oposta, sem olhar pra trás. Vou meditar sobre o ontem e ver, em cada pequeno detalhe, a imensidão do meu presente.
Hoje senti sua falta. Senti mesmo, ela estava sentada do meu lado, um braço apoiado nos meus ombros, o outro balançando inocentemente. Caiu sobre nós um silêncio incômodo, como nunca tivemos antes. Na verdade, ele existiu, logo no nosso começo, mas foi logo preenchido pelo gosto em comum por suco de goiaba. A sua falta pesava. Até a hora em que ela me disse: “Baby, mudanças são pra sempre”.
Você está tão longe agora... Tão longe... Nem quando não nos conhecíamos você esteve tão distante. Um exílio forçado. Começo a pensar que você não vai voltar como foi combinado, vai descobrir que o buraco que eu deixei no seu peito já foi há muito preenchido por amigos heterogêneos, camas redondas e garotos que já têm namorada. O meu vazio não fecha, ah eu não deixo! Quando começa a ser preenchido por amigos heterogêneos, camas redondas e garotas que já têm namorados, eu cavo tudo de novo até ficar na profundidade certa dos seus um metro e meio disfarçados de um metro e cinqüenta e cinco.
Amanhã eu receberia um poema, escrito numa folhinha pequena. Versos lindos, que diriam coisas que eu não saberia enxergar. Você faria meus cachos negros rimarem com amor eterno. A falta da sua poesia me fez escrever: quem tem poesia na vida uma vez, não pode ficar sem ela nunca mais.
Hoje eu escrevo um texto pequeno e sem poesia, não tento imitar a beleza que me chegava aos olhos em outros aniversários. Só pretendo que as letras me abracem amanhã, ocupando o meu ombro vazio antes que a sua falta chegue novamente para então ficarmos em silêncio.

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