MONIQUINHA

Monday, April 24, 2006

Moniquinha era diminuta
Bem pequena, de dar dó
Dava pena, de tão só
Dava raiva, de tão bela.
Tinha medo de ir à luta
E perder o que nunca foi dela
Preferia ser assim, aquarela
Com só duas cores pra pintar.
Ela queria garantias
De que não ia se machucar
Sem entender que a vida
É lição pra se errar.
Eis que um dia surge Jota
Moço faminto por sentir
Viu Moniquinha passando
Cruzando por sua rota
Tentou pegá-la pela mão
Chamar seu nome
Gritar que não
Mas só conseguiu se apaixonar
E sentir uma enorme e vazia fome.
Quis amá-la eternamente
A começar naquele instante.
Moniquinha estremeceu
Tanto medo, tanto risco
Que de pronto, empalideceu
Ao ver-se na eminência de amar
Pois o romântico Jota
Era o que ela a Deus pedia.
Jota, mais que inconformado
Deu à moça seu esforço
Praticou o bem querer
Gastou todo seu lirismo
Quis fazer por merecer.
Moniquinha, a minúscula
Achou Jota inconstante
Rejeitou seu romantismo
Magoou seu coração.
Jota ainda fez milagres
E arrancou-lhe um beijo terno
Brevemente, teve a bela
Como amor para toda a encarnação.
Mas medrosa Moniquinha
Preferiu se camuflar
Com outro amor de mentirinha
Para espantar o rapaz
Que poderia acorda-lhe o coração
Para não dormir nunca mais.
Partiu Jota desolado
Prometendo não voltar
E por causa da menininha
Ninguém mais o viu apaixonado.
Em seu quarto isolado
Moniquinha se trancou
Triste por perder o amor
Que se apresentou tão de repente
Mas feliz por não ter que chorar
Por um amor que a teve nos braços
Para depois se fazer ausente.

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