Sunday, July 22, 2007
Um dia há de chegar-me o tempo da indiferença,
Da inconseqüência diante da fraqueza do que é coisa humana
O tempo em que as falhas que me flutuam, caricatas
Tão exatas, por serem previsíveis como o choro curto
Tão inatas, por serem a moldura de qualquer vivente
Sejam o exemplo farto de minha sapiência.
Ao chegar-me o tempo dessa inexistência
Estarei seguro na minha própria ausência
E distante, serei da vida humana cientista
Com a exatidão de um biólogo que estuda um verme
Com a frieza com que um médico disseca um tumor
Ou com a verve morta de um leitor de óbitos.
4 comments:
SENSIBILIDADE. Muito bem definido este espaço, por Um Poema.
Boa semana
Como ainda está longe de chegar o meu tempo da indiferença, não posso mais passar por aqui e não me manifestar né?
só espero nunca ser previsível...
fico pensando nas coisas q escreve, mas não sou tão boa p/ expressá-las...quem sabe um dia...
bjos querido!
É preciso ir ao fundo do ser humano. Ele tem uma face linda e outra hedionda. O ser humano só se salvará se, ao passar a mão no rosto, reconhecer a própria hediondez.
-Nelson Rodrigues-
Não preciso entender a noite, o dia e toda beleza do mundo pra sentí-los e saber que me fazem bem. Apenas tenho prazer em admirá-los, ainda que misteriosos.
Talvez seja esse o segredo do meu encantamento: sempre gostei de tudo o que desconhecia.
beijos
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