Monday, April 02, 2007
O que eu quero é tirar com a ponta dos dedos
Sentimentos que habitam meus remotos cantos
Torná-los palavras, me antecipando ao pranto
Pintá-los de verso, disfarçando meus medos.
Pinçar cada forma de dor que me assalte
Colocá-los em moldura papel-espiral
Temperá-los com angústia, azia e sal
E forjá-los pra ser o amor que me falte.
Saborear toda a dor e a ausência
Junto às letras, fingir que me calo
Lambendo a minha própria indecência.
O que eu quero é beber no gargalo
Todo o álcool da minha consciência
Pra depois vomitá-lo num ralo.
2 comments:
Só hoje consegui chegar aqui.
Quero, antes de mais, agradecer as palavras simpáticas.
Depois gostaria de perguntar (se não for abuso) o nome do autor deste soneto, de que gostei imenso.
Um abraço
... este poema é forte ... tão forte que me deixou arrepiada ...
parabéns
gostei muito
bom fim de semana
beijinhos
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