OFICINA DE CRIAÇÃO

Monday, April 02, 2007

O que eu quero é tirar com a ponta dos dedos
Sentimentos que habitam meus remotos cantos
Torná-los palavras, me antecipando ao pranto
Pintá-los de verso, disfarçando meus medos.

Pinçar cada forma de dor que me assalte
Colocá-los em moldura papel-espiral
Temperá-los com angústia, azia e sal
E forjá-los pra ser o amor que me falte.

Saborear toda a dor e a ausência
Junto às letras, fingir que me calo
Lambendo a minha própria indecência.

O que eu quero é beber no gargalo
Todo o álcool da minha consciência
Pra depois vomitá-lo num ralo.

2 comments:

Um Poema said...

Só hoje consegui chegar aqui.

Quero, antes de mais, agradecer as palavras simpáticas.

Depois gostaria de perguntar (se não for abuso) o nome do autor deste soneto, de que gostei imenso.

Um abraço

Isabel Filipe said...

... este poema é forte ... tão forte que me deixou arrepiada ...

parabéns
gostei muito

bom fim de semana
beijinhos

 
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