Thursday, February 15, 2007
Fez que sim com sua alegria incerta. Tremia tanto por dentro que tinha medo de que suas gordurinhas tremessem do lado de fora. Mas mesmo assim o fez: estendeu a mão ao rapaz e deixou-se levar como uma menina de ninguém.
Leva e não me traz de volta! Não sou de ninguém, não tenho bagagem pra levar nem gente pra me procurar angustiada com a minha falta. Pega essa minha mão e me leva embora! Me faz sumir, faz?
Foi tudo só pensamento, mas alguma coisa por trás daqueles olhos de desassossego, aqueles mesmos olhos que a despiam apesar das gordurinhas, alguma coisa atrás daqueles olhos servia pra ler pensamentos. O garoto logo agarrou a mão trêmula estendida e se pôs a correr. Correr. Correr. Pra longe.
Se ela fosse mais magrinha, teriam levantado vôo.
2 comments:
"Dorme, inventado imprudente menino.
Dorme. Para que o poema aconteça".
hilda hilst
hahaha gostei rsrsrs
bju!
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