0=ZERO

Monday, May 24, 2010

Devagar, despreocupada
Destelhada, sem guarida
Solidão buscou morada
Na minha alma dorida.
(Na minha calma dorida...)
(Na minha calma dormida...)

Chegou sorrateiramente
Qual semente que se solta
E longe do pé, descrente
De repente, à vida volta.
(De repente, a vida volta...)
(De repente, há vida em volta...)

Solidão fez um buraco
No opaco do meu peito
Parecia um choro fraco
Mas um rio tomou meu leito.
(Mas um frio tomou meu leito...)
(Mas um frio tomou-me, lento...)

Solidão fez seu espaço
Como eu faço a poesia
Grão em grão, de passo em passo
Fez maço do que doía.
(Fez traço do que doía...)
(Pôs traço no que doía...)

Tão guardada está, enfim
Tão sem fim é a escuridão
Que quem quer que me ame assim
De mim só tem solidão.
(De mim não tem coração...)
(Ai de mim! sem coração...)

2 comments:

Rebeca Rezende said...

tá. chorei um pouco, acho.

Pati Vieira said...

Lindo, Fê! Posso dividir um haikai da Alice Ruiz com você? Alguns, na verdade:

ônus do abandono
foi um bando que me deixou
sem dono

não fique confuso
muso de alguma obra-prima
pode ser tudo amor
à rima

TANKA

peixe pulsando
na mão
que ao mar te devolve

ainda que você me deixe
viver nos move

Um beijo, querido!

 
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