DO ADEUS E DA ELIPSE, COM SEUS RAIOS INCONSTANTES

Sunday, July 04, 2010

Adeus se diz aos poucos. E a poucos.

E é chegada então a sua vez. Ela, sempre tão presente. Insistente. Na minha cabeça as coisas giravam ao redor dela. Minha vida em órbita-elipse ao redor da minha Menina de Olhos Azuis. Às vezes perto, às vezes longe; mas constantemente ao redor.
Menina sim, com M maiúsculo, qual nome de personagem. Pois é menina que ela começa na minha memória, e é menina que ela é, hoje e amanhã, do meu lado, sempre que nos encontramos.
Ah, menina não, Menina. Grande. Não sei como é quando está longe; ouvi dizer até que é completamente outra, uma mulher que faz coisas de mulher e que, para os outros, mulher é. Mas isso, pra mim, não importa. Na minha frente, do meu lado, embaixo de mim, ela é uma Menina.
Como menino sou, quando estou com ela. Agora sim, menino, com m minúsculo. Tão pequeno, tão infante... Tão em branco, buscando qualquer coisa que me defina. Minha Menina viu o quanto eu tentei. O quanto eu corri de um lado para o outro, meus ímpetos cheios de uma certeza que não durava minutos. Ela, sentada, paciente, maiúscula, me guardava de longe, ao centro, cuidando para que eu não me perdesse. Eu sempre testando a força do campo gravitacional que me prendia, ia distante buscar os meus porquês, só para, inevitavelmente, voltar correndo para casa. Dela. Para deitar no colo dela.
E lá vou eu mais uma vez, testar minhas distâncias. Esticar ao máximo o elástico que junta o menino e a sua Menina, torcendo para que ele não se arrebente. Nem o menino, nem o elástico.
É um adeus sim, por falta de um meio termo. Não posso dizer até logo, porque ele não combina com o medo que eu estou sentindo. É muito medo, minha Menina. Mas como qualquer menino, eu quero ser um herói; e os heróis devem agir apesar do medo, dizem. E é apesar do medo que eu te digo adeus, Menina.

Estou indo buscar o meu M de Menino. Grande.

1 comments:

Anonymous said...

Às vezes perto, às vezes longe; mas constantemente ao redor. E lá vou eu mais uma vez, testar minhas distâncias. É um adeus sim, por falta de um meio termo. Não posso dizer até logo, porque ele não combina com o medo que eu estou sentindo. É muito medo. E é apesar do medo que eu te digo adeus.

 
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