Friday, June 20, 2008
É da tua boca curva que eu choro mais a falta.
Quando ainda a tinha pra mim, eram poucas as vezes em que ela ficava seca. Eu quase não deixava. Dançava a minha nas voltas da tua, minha boca largada no meio da curva. Boca. A tua.
Lambia tuas palavras não ditas, engolidas em favor do beijo. Te espiava, oculto pelas tuas pálpebras, me encantava com o teu silêncio de olhos fechados. Me divertia com o teu esforço, tão pequena que tu eras. Diminuta em tua boca rosa-silente.
Não deverias nunca ter falado. Muito menos eu. Engraçado que palavras tão contrastantes possam sair de bocas que se amam imensamente. Falamos tanto que secaram os lábios e granulou o beijo.
Isso era ontem. Hoje vi você e a tua boca. Flagrantemente úmida, por não ter mais que me censurar por horas, ou por ter outra boca a te calar.
3 comments:
Que lindo, adorei.
bj.
Li seu conto no Releituras e vim aqui visitar. Gostei dos textos, mais ainda desse, ou será que do da insônia?, já não sei...
NOssa Belo que coisa linda!
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