NÃO
Posted by Fernando Belo at 3:35 AM 1 comments
SESSÃO DAS 11
Tuesday, October 23, 2012
Confesso meu pecado e a tua sina
Nascemos sem qualquer pudor nem brio:
Despidos, vira a cama passarela,
Ali, ao pé da janela,
Nosso amor, o mundo viu.
Te peço, não renegue a circunstância
Da errância que levou nossa atenção:
A pele que esquentou rapidamente
Boca assopra e de repente
Sopro virou turbilhão.
A nova se espalhou rapidamente -
"Senhoras e senhores, venham ver!
O melhor espetáculo do mundo
Que te faz suspirar fundo,
E de anseio estremecer."
Agora toda noite vem platéia
Acompanhar a trama ao vivo e em cor
A cada “uh” que largas, a audiência
Solta um “ah” de reverência:
“Esse show é um primor!”
Posted by Fernando Belo at 5:59 AM 1 comments
CANTIGA DE NINAR AMOR NERVOSO
Saturday, March 31, 2012
Pretendo revelar pra ela em breve
O amor que escondo de seu entendimento
Estou arquitetando as circustâncias
Sufocando as minhas instâncias
Em caixinhas de cimento.
É bem difícil ter a paz em mente
Quando se tem o coração pinel
Discreto, eu penso em ser paciente
Mas o peito é insolente
Ama e faz um escarcéu.
(Aquieta, sentimento turbulento
Não posso tremer tanto e sem parar,
A goma no cabelo é resitente
Mas a suada é corrente
Pinga na flor que eu vou dar.)
Se tudo ocorrer como vislumbro
Minha vida de suspiros chega ao fim
Eu largo esse sopro tão sofrido
E à noite, o bafo ouvido
É o arfar de amá-la em mim.
Posted by Fernando Belo at 4:03 PM 0 comments
ACIDENTAL
Thursday, November 24, 2011
Escrevi.
Dois ou três versinhos
Pra lembrar-me de quem sou.
Não deu.
Na tentativa, no entanto,
No acaso, não sei bem
Eis que surge um velho encanto
Digo, novo... não sei bem.
Velhos versos, peito em prosa
Nova a forma do meu bem
Velha a febre e a pele rosa
Novas letras que eu sei bem.
Ah! E acho que amo!
Não queria, juro, dar-te amor assim, mal embrulhado.
Toma, leva
Dois ou três versinhos
Pra lembrar-se de quem sou.
Amanhã eu volto, espera,
Preparado, decorado
Com mais versos na lapela.
Meu nome anunciado pelo vento
Que adentra, remelento,
Na manhã da tua janela.
Posted by Fernando Belo at 2:51 AM 2 comments
POP
Tuesday, March 29, 2011
I want to blur your sight with the fume of my sighs
Essa língua me encrespa a boca. À princípio achei que tinha futuro, já que o inglês é molenga, macio; meu inglês sóbrio me lembra o meu português ébrio. Mas não.
Não.
Aqui eu me sinto um pouco manco da boca. Coxo da língua. E pra piorar, torci o pé.
Tie your thighs around my words
Logo mais vou sair voando. Explico:
“As ideias são feitas de ar quente e vapor.”
Cada vez que tomo ar pra expressar o que me passa na cabeça e o inglês não se encarrega do transporte, fico mudo, ar suspenso, represado dentro de mim.
Vou subir feito balão que o vento leva, puxa, gira, lambe leve até que -
Posted by Fernando Belo at 5:35 AM 0 comments
203
Tuesday, March 15, 2011
Só mais uma brisa leve
Que não sopra, nem abala
Só mais uma água rala
Que não limpa e nunca ferve.
Serve para um por enquanto
É o que cabe por agora
Chiste, pra passar a hora
Feito pra chamar de encanto.
Talvez no marasmo nosso
Bem no fundo, oculto, eu posso
Encontrar algo que preste.
Caso isso não aconteça
Talvez eu desapareça;
Eu e a falta que me veste.
Posted by Fernando Belo at 3:47 AM 2 comments
ACALMACALMARIA
Monday, February 21, 2011
Cabe e sobra aqui na palma
A paz da minha alma
A calma acalmaria não.
O peito empunha essa tormenta
A dor que impacienta
Acalma; a calmaria não.
Posted by Fernando Belo at 11:28 PM 1 comments