FOSSE ELA O QUE NÃO É

Friday, January 19, 2007

Fosse ela um poema, botava-lhe métrica. Deixá-la os versos livres, jamais! Enclausurava meu tesouro em um cárcere de 4 versos x 3 sílabas poéticas, sem mais nem menos. A teria sucinta, fosse ela um poema.

Ah! Mas se ela fosse um poema... Eu a despiria letra a letra, lentamente. A teria assim, despetalada, exposta toda a nudez de seu sentido. Isso, se ela fosse um poema...

Fosse ela meu grande amor e poesia, eu jamais publicaria. Nem em papel concretizava, nem bem baixinho eu declamava. A teria efêmera, por ser mero pensamento, e a teria eterna, por pairar-me enquanto vivo. Mas somente se ela fosse como amor e poesia.

MEU LEITO LISO

Wednesday, January 03, 2007

Pelo passo que me partes, pés no chão
Eu posso até pensar que podes me perder de vista assim
Partes tão cedo, no começo do enredo
Antes que eu tivesse medo do sossego acomodar
Acorda vida, que me dás, vida escorrida
Me afina, vem aflita em meus sonhos me ninar
Deita por cima, tira do teu ventre a rima
Cega a vista num sorriso, sem saber se quer o fim
Começa leve, como a neve da tua boca
Depois mexe feito louca que do atrito tira o ar
Sumiu sem tempo, tempero do esquecimento
Achou sem merecimento o querer que sai de mim
Foi tanta pressa que dessa vida escorrida
Deixou pra trás, colorida, tua essência a me ninar
Agora deito em meu leito sem atrito
Pois tua ausência, mesmo louca, não precisa respirar

 
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